Você sabia que a catarata, doença ocular tão associada aos idosos, pode afetar também as crianças? Muita gente desconhece, mas ela é um dos principais desencadeadores de cegueira evitável na infância.
Para quem não sabe, a catarata atinge o cristalino, a lente natural transparente que fica dentro do olho e coloca as imagens em foco. Com a doença, o cristalino perde sua transparência e fica opaco.
O agravante da catarata infantil é que ela tem impacto significativo no desenvolvimento visual da criança. A dificuldade de receber estímulos visuais durante a fase de crescimento, essenciais principalmente nos primeiros meses de vida, prejudica áreas específicas do cérebro e pode levar a um comprometimento irreversível da visão.
Causas
Na maioria das vezes, a catarata congênita (presente no nascimento ou que surge imediatamente após) não possui causa identificada. Pode tratar-se de herança genética ou ter relação com doenças infecciosas intrauterinas, como rubéola, toxoplasmose e sífilis, e problemas metabólicos.
Por essa razão, é importante que os pais levem ao especialista o máximo de informações sobre o pré-natal e o parto.
As cataratas adquiridas normalmente são provocadas por trauma, uveíte (inflamação intraocular), infecções oculares e diabetes.
Diagnóstico
O teste do reflexo vermelho, também conhecido como teste do olhinho, é obrigatório por lei em muitos estados do Brasil. Deve ser realizado pelo pediatra nas primeiras 24 horas após o parto e repetido ao longo das consultas no primeiro ano de vida.
Qualquer alteração no reflexo vermelho pode indicar a ocorrência de catarata, levando o pediatra a encaminhar o caso ao oftalmologista, que fará os exames necessários.
Os especialistas alertam que os pais devem procurar um médico com urgência se verificarem a presença de reflexos anormais nos olhos do bebê e eventuais dificuldades na visão da criança.
Tratamento
A catarata infantil pode receber tratamento cirúrgico ou apenas abordagem clínica em se tratando de cataratas pequenas que não atrapalham a visão. Neste caso, há necessidade de uso de óculos, tampão e/ou colírios.
A realização da cirurgia pode envolver a colocação de uma lente intraocular, a depender da idade e da gravidade da situação. Caso contrário, é indicado apenas o uso de óculos logo após a cirurgia, com o objetivo de corrigir o grau elevado pela falta do cristalino.