Estima-se que cerca de 50% dos homens acima de 40 anos apresentem algum grau de disfunção erétil. E, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, a dificuldade de manter a ereção vai aumentando na medida em que a idade avança, seja pela dificuldade de irrigação do pênis ou pelo surgimento de doenças. Ainda de acordo com a instituição, cerca de 62% dos homens, no país, que usam remédios para impotência sexual, compram o medicamento por conta própria. O comportamento pode levar a sérios riscos, inclusive de efeitos colaterais que podem prejudicar a visão.
As drogas usadas para tratar a disfunção erétil, popular impotência, funcionam como inibidores de fosfodiesterase-5 (PDE-5), a enzima que provoca o estreitamento dos vasos sanguíneos. Os inibidores acabam por promover uma melhora no fluxo de sangue do pênis, contribuindo para manter a ereção durante a relação sexual.
Por outro lado, a atuação dos inibidores PDE-5 possui relação com a ocorrência de alguns efeitos colaterais comuns, tais como:
– sensibilidade à luz;
– visão turva;
– dificuldade de distinguir objetos de cor verde e azul;
– presença de tons azuis-esverdeados na visão;
– redução da visão cromática.
Esses sintomas costumam desaparecer com o tempo e não possuem consequências danosas à visão, a não ser que algum deles permaneça por mais tempo. Nesse caso, deve-se procurar um médico.
No entanto, o surgimento de algumas doenças oculares como a neuropatia óptica isquêmica anterior (conhecida pela sigla NAION, em inglês) e a retinose pigmentar pode implicar em efeitos mais sérios à visão.
NAION
Também chamada de “derrame do olho”, essa enfermidade caracteriza-se por uma interrupção súbita do fluxo de sangue no nervo ótico que leva os sinais visuais para o cérebro. Dessa forma, as células nervosas podem sofrer danos que causam a perda parcial ou total da visão.
Na maior parte das vezes, homens com mais riscos para o desenvolvimento de NAION sofrem também de diabetes, doenças do coração (ou têm histórico de ataques cardíacos) e ainda de pressão baixa. Tais fatores combinados ao uso de medicamentos para disfunção erétil elevam ainda mais as chances do desenvolvimento da neuropatia óptica isquêmica anterior.
Retinose pigmentar
A retinose pigmentar consiste em um conjunto de doenças hereditárias que causam a degeneração da retina. Entre os seus efeitos estão a dificuldade de ver outras pessoas em locais pouco iluminados e a perda da visão periférica. Acredita-se que os inibidores PDE-5 podem afetar, algumas vezes, também a enzima PDE6 (bastante importante para a visão), principalmente entre os homens que escondem um gene de retinose pigmentar, que têm menos PDE6 que o normal.